Ep. #03: Educação libertária em tempos de ódio

Saudações anarquistas!

O que é educação libertária? E como os anarquistas vêem os efeitos das ações do bolsonarismo contra a educação? Camarada Danse e Rei Plebe conversam com nossos convidados Felipe Trafa, do podcast “O Quadro Negro”, e Nilo, sobre as possibilidades da educação libertária na nossa conjuntura.

 

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Músicas

La Quiete – Fiori Neri Per Ivan Illich

Crass – Do They Own Us A Living?

Eduardo – Aprendendo Com os Corpos Desfigurados

Höröyá – Griot Xamã Pajé

Libertinagem – Ato I

 

BG

La Plataforma – Guerra Civil

Zegota – Kosi Idina (So That Obstacles Are No More)

Microplatform – Milano Valencia Resistencia

 

Links

Quadro Negro Podcast ()

Fuck off Google

“Escolas nas miras das corporações da Internet”

Série de vídeos do prof. André Fonseca sobre Ivan Illich – Pt. 1: | Pt. 2: | Pt. 3: https://t.co/lOfPaOYdHD

 

Textos

Max Stirner: “O Falso Princípio da Nossa Educação

Marcio Goldman: “Formas do saber e modos do ser: Observaçõs sobre multiplicidade e ontologia no candomblé

 

Uma leitura anarquista da interseccionalidade

A palavra “interseccionalidade” têm sido utilizada com frequência em meios de Esquerda, muitas vezes sem reflexão apropriada em relação aos seus significados, e sem uma relação real com a prática diária de construção de emancipações. Atestando à incrível capacidade de Recuperação/cooptação do Capitalismo contemporâneo, o termo é amplamente utilizado em vertentes liberais do feminismo para fazer referência a uma suposta equivalência das opressões. Esse conceito é, muitas vezes, utilizado de maneira superficial e errônea – acompanhando o apagamento do protagonismo de mulheres negras e trans, e uma definição vazia de lugar de fala que é compreendida como “só eu posso falar disso”, ao invés de uma leitura materialista dos marcadores sociais da diferença. Essa discussões emergem em um momento em que a Esquerda – inclusive os anarquistas – parecem mergulhados em um debate sem fim sobre “economicismo” vs. “identitarismo”. O que propomos aqui é um retorno à história do anarquismo – e, principalmente, do anarcafeminismo -, bem como a incorporação de conceitos e estratégias produzidas pelo anarquismo decolonial, para buscarmos a ressignificação (desvio?) do conceito de interseccionalidade.

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Fuck off Google

(Publicado originalmente como um capítulo do livro do Comitê Invisível “Aos Nossos Amigos: Crise e Insurreição”. N-1 Edições, São Paulo. 2015)

 

1. NÃO HÁ “REVOLUÇÕES FACEBOOK”, MAS UMA NOVA CIÊNCIA DE GOVERNO, A CIBERNÉTICA

Poucos conhecem a genealogia e, no entanto, vale a pena conhecê-la: o Twitter provém de um programa denominado TXTMob, inventado por ativistas norte-americanos para, através do celular, se organizarem durante as manifestações contra a convenção nacional do Partido Republicano de 2004. Esse aplicativo foi então utilizado por umas cinco mil pessoas, que partilhavam em tempo real informações sobre as ações em curso e os movimentos da polícia. O Twitter, lançado dois anos mais tarde, foi utilizado para fins similares, por exemplo, na Moldávia. As manifestações iranianas de 2009, por sua vez, popularizaram a ideia de que ele seria a ferramenta necessária para coordenar os insurgentes, em particular contra as ditaduras. Em 2011, quando as revoltas atingiram uma Inglaterra que pensávamos definitivamente impassível, os jornalistas fabularam, e com lógica, que os tweets haviam facilitado a propagação dos motins a partir de seu epicentro, Tottenham. Acontece que, devido às suas necessidades de comunicação, os insurgentes começaram a utilizar os BlackBerry, celulares seguros projetados para o alto escalão de bancos e de multinacionais, e dos quais os serviços secretos ingleses não tinham sequer as chaves de decodificação. Um grupo de hackers chegou a piratear o site da BlackBerry para dissuadi-la de cooperar com a polícia. Se dessa vez o Twitter permitiu uma auto-organização, foi mais a do grupo de cidadãos-varredores que resolveu limpar e reparar os danos causados pelos confrontos e saques. Essa iniciativa foi coordenada pela Crisis Commons: uma “rede global de voluntários que trabalha em conjunto para construir e utilizar ferramentas tecnológicas que ajudem a responder a desastres e que melhorem a resiliência e a resposta a crises.” Na época, um jornalzinho da esquerda francesa comparou tal iniciativa com a organização da Puerta del Sol durante o movimento dito “dos indignados”. O amálgama entre uma iniciativa que visa a acelerar o regresso à ordem e o fato de milhares de pessoas se organizarem para viver numa praça ocupada, apesar das constantes investidas da polícia, pode parecer absurdo. A não ser que se veja aqui apenas dois gestos espontâneos, conectados e cidadãos. Desde o 15-M, os “indignados” espanhóis, pelo menos uma parte não negligenciável deles, invocaram sua fé na utopia da cidadania conectada. Para eles, as redes sociais virtuais não haviam apenas acelerado a propagação do movimento de 2011, elas haviam, também e sobretudo, lançado as bases de um novo tipo de organização política, para a luta e para a sociedade: uma democracia conectada, participativa, transparente. É sempre deplorável, para “revolucionários”, partilhar uma ideia dessas com Jared Cohen, o conselheiro para antiterrorismo do governo norte-americano que contatou e pressionou o Twitter durante a “revolução iraniana” de 2009 para manter seu funcionamento apesar da censura. Recentemente, Jared Cohen escreveu com seu ex-patrão do Google, Eric Schmidt, um livro político paralisante, “A nova era digital”. Já nas primeiras páginas pode-se ler esta ótima frase para alimentar a confusão quanto às virtudes políticas das novas tecnologias de comunicação: “A internet é o maior experimento envolvendo anarquia da história.”

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[Zine] Habitar: Instruções

Habitar – Instruções para a Autonomia
Inhabit / Coletivo Planètes PDF

Lançando pela primeira vez em português, “Habitar: Instruções para a Autonomia” é um zine-livreto sobre a importância do contrapoder para a revolução. “Habitar” procura uma mirada sobre o que significa viver e lutar em um mundo em chamas; foca-se em um conjunto de práticas de libertação para a construção de um novo mundo sobre as ruínas deste mundo. Para além de tentar escapar das ruína da mudança climática e do capitalismo contemporâneo construindo enclaves fortificados, “Habitar” imagina um mundo de territórios autônomos e compartilhamento de recursos, habilidades, e contrapoder.

Sobre Grandes Mobilizações e o Que Fazer Quando a Fumaça Se Dissipa

“Muitas pessoas no meio anarquista dependem de uma narrativa triunfante, na qual caminhamos de vitória em vitória até o momento em que atingimos algo que realmente valha a pena. Mas os movimentos também têm seus ciclos de vida. Eles inevitavelmente atingem um auge e vão ao declínio. Se nossas estratégias se baseiam apenas em um crescimento infinito estaremos nos condenando a uma derrota inevitável. Isso vale também para as narrativas que determinam nossa moral” -CrimethInc. Ex-Workers’ Collective, “After the Crest”

Na esteira do Fagulha Podcast #02, consideramos fundamental compreender a história recente dos movimentos anarquistas, autonomistas, e de vertente libertária para entendermos onde estamos e para onde vamos como movimento.

Em 2015, o pessoal da Facção Fictícia escreveu um documento em duas partes narrando/estudando os eventos transcorrido entre 2013 e 2015 no campo das lutas anticapitalistas no Brasil.

Linkamos abaixo esses documentos para que xs compas possam compartilhar dessaa reflexões.

Boa leitura!

https://faccaoficticia.noblogs.org/files/2015/08/DIAGRAM_FINAL.cleaned.pdf

https://faccaoficticia.noblogs.org/files/2015/07/Lutando_2_web.cleaned.pdf

[Zine] Contra a pacificação, o fogo das revoltas anarquistas!

Estamos iniciando um projeto novo, divulgando zines e textos de compas e coletivos anarquistas e autonomistas, bem como criando nosso próprio material. Para inaugurar, o zine-livreto “Contra a pacificação, o fogo das revoltas anarquistas!”, do Matheus Marestoni, uma reflexão sobre os impactos das Revoltas de Junho no anarquismo insurrecionalista, ação direta, tática e estratégia anarquistas, e a tentativa do Estado e dos movimentos moderados de cooptar e pacificar as ruas.

[…] nota-se o combate ao princípio da autoridade. Esse combate norteia as ações diretas, que se configuram de diferentes maneiras com o passar dos anos. Contudo, concomitantemente a atualização das táticas de ação direta e a tentativa do Estado de suprimi-las também se atualiza. Não se pode deixar mencionar a atuação recorrente dos movimentos institucionais e partidos de esquerda no combate aos anarquistas, agindo concomitantemente e de encontro ao Estado.

Contra a pacificação, o fogo das revoltas anarquistas!