Uma leitura anarquista da interseccionalidade

A palavra “interseccionalidade” têm sido utilizada com frequência em meios de Esquerda, muitas vezes sem reflexão apropriada em relação aos seus significados, e sem uma relação real com a prática diária de construção de emancipações. Atestando à incrível capacidade de Recuperação/cooptação do Capitalismo contemporâneo, o termo é amplamente utilizado em vertentes liberais do feminismo para fazer referência a uma suposta equivalência das opressões. Esse conceito é, muitas vezes, utilizado de maneira superficial e errônea – acompanhando o apagamento do protagonismo de mulheres negras e trans, e uma definição vazia de lugar de fala que é compreendida como “só eu posso falar disso”, ao invés de uma leitura materialista dos marcadores sociais da diferença. Essa discussões emergem em um momento em que a Esquerda – inclusive os anarquistas – parecem mergulhados em um debate sem fim sobre “economicismo” vs. “identitarismo”. O que propomos aqui é um retorno à história do anarquismo – e, principalmente, do anarcafeminismo -, bem como a incorporação de conceitos e estratégias produzidas pelo anarquismo decolonial, para buscarmos a ressignificação (desvio?) do conceito de interseccionalidade.

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[Zine] Habitar: Instruções

Habitar – Instruções para a Autonomia
Inhabit / Coletivo Planètes PDF

Lançando pela primeira vez em português, “Habitar: Instruções para a Autonomia” é um zine-livreto sobre a importância do contrapoder para a revolução. “Habitar” procura uma mirada sobre o que significa viver e lutar em um mundo em chamas; foca-se em um conjunto de práticas de libertação para a construção de um novo mundo sobre as ruínas deste mundo. Para além de tentar escapar das ruína da mudança climática e do capitalismo contemporâneo construindo enclaves fortificados, “Habitar” imagina um mundo de territórios autônomos e compartilhamento de recursos, habilidades, e contrapoder.