O texto que se segue é uma tradução de um material de Tadeo Cervantes, publicado pela primeira vez em Artilleria Immanente, e se constitui de impressões, intuições, imagens, e citações tomadas fora de contexto, desviadas, formando uma constelação de fragmentos que tentam traçar uma política dos corpos-barricada. Como uma constelação de fragmentos, não devem ser entendidos como uma série de teses em que cada premissa segue-se das anteriores. A sequência, portanto, não é lógica, mas composicional.
Festivais Cruéis: Furio Jesi e a Crítica da Política da Autonomia
O texto a seguir é um artigo de Kieran Aarons, publicado na revista Theory & Event em Outubro de 2019, e disponibilizado pela ill will editions. Trata-se de uma análise de alguns conceitos de Furio Jesi sobre insurreição, mitologia, e revolução, e é uma crítica importante para o insurrecionalismo atual – para que não fique preso em “festivais cruéis”, sem conectar o tempo da insurreição a um projeto: o risco é, seguindo a metáfora de Aarons, que “[n]o final, os mitos tecnicizados propagados pela sociedade burguesa sobre o terreno ‘não contingente’ do seu poder derrotam-nos não só reforçando a nossa timidez e docilidade, mas também inflacionando-nos inconscientemente com poderes para além das nossas forças, tomando as nossas próprias virtudes contra nós, emparedando-nos num mundo fechado: um bloco negro numa caixa negra, incapaz de contar material e projetualmente com as suas condições históricas, e privado, portanto, dos meios para se prolongar.”
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[Zine] Formando um grupo antifascista – Um manual
Tempos turbulentos estão sobre nós. O microfascismo que permitiu
que Jair Bolsonaro chegasse à presidência têm ganhado espaço em velo-
cidade assustadora, e atos de violência são agora corriqueiros. Soma-se
a isso o terrorismo estocástico de Bolsonaro, e a autodefesa antifascista
torna-se uma necessidade.
Muita gente têm abraçado uma “identidade antifa”nas redes sociais,
demonstrando uma situação de preocupação dos indivíduos mais à Es-
querda em relação ao risco real de endurecimento do regime. Entretanto,
a ação antifascista exige mais do que ribbons de imagens no Twitter e
postagens apaixonadas: exige organização.
Grupos antifascistas locais estão sendo constantemente criados em res-
posta a essas ameaças. Mas organizar-se não significa ingressar em uma
instituição pré-existente e receber ordens. Não deve significar perder
sua agência e inteligência para se tornar uma peça em uma máquina. A organização da ação antifascista em torno de grupos de afinidade autô-
nomos passa a ser essencial.
Como o trabalho antifa é diferente de outras formas de organização
radical, e porque os próprios grupos antifa estão mudando, o coletivo
It’s Going Down escreveu algumas sugestões, baseadas em anos de ex-
periência. Nós do Coletivo Planètes tentamos atualizar algumas dessas
questões e trazer para a realidade brasileira de 2019.
Este zine abrange uma série de questões, incluindo: as vantagens,
desvantagens e obrigações de trabalhar sob a bandeira antifascista; ques-
tões envolvendo anonimato e visibilidade, tanto presencialmente quanto
online; autodefesa e armas de fogo; trabalhar com pessoas problemá-
ticas e lidar com infiltrados; repressão do estado; e exemplos de ações
anti-fascistas.
[Zine] Grupos de afinidade: Blocos de montar para a organização anarquista
Após um longo tempo sem postar, compartilhamos com vocês o zine “Grupos de afinidade: Blocos de montar para a organização anarquista”, uma tradução do zine “How to form an affinity group”, do Coletivo de Ex-Trabalhadores CrimethInc. Compartilhamos aqui esse trabalho com vocês para que ele vá longe!
Grupos de afinidade: Blocos de montar para a organização anarquista
[Zine] Habitar: Instruções
Lançando pela primeira vez em português, “Habitar: Instruções para a Autonomia” é um zine-livreto sobre a importância do contrapoder para a revolução. “Habitar” procura uma mirada sobre o que significa viver e lutar em um mundo em chamas; foca-se em um conjunto de práticas de libertação para a construção de um novo mundo sobre as ruínas deste mundo. Para além de tentar escapar das ruína da mudança climática e do capitalismo contemporâneo construindo enclaves fortificados, “Habitar” imagina um mundo de territórios autônomos e compartilhamento de recursos, habilidades, e contrapoder.