[Zine] Formando um grupo antifascista – Um manual

Uma imagem em preto-e-branco de Jair Bolsonaro, com flechas em seu corpo, com os dizeres "Resistência anti-fascista Brasil"
É preciso pensar uma forma de antifascismo tropical

Tempos turbulentos estão sobre nós. O microfascismo que permitiu
que Jair Bolsonaro chegasse à presidência têm ganhado espaço em velo-
cidade assustadora, e atos de violência são agora corriqueiros. Soma-se
a isso o terrorismo estocástico de Bolsonaro, e a autodefesa antifascista
torna-se uma necessidade.

Muita gente têm abraçado uma “identidade antifa”nas redes sociais,
demonstrando uma situação de preocupação dos indivíduos mais à Es-
querda em relação ao risco real de endurecimento do regime. Entretanto,
a ação antifascista exige mais do que ribbons de imagens no Twitter e
postagens apaixonadas: exige organização.

Grupos antifascistas locais estão sendo constantemente criados em res-
posta a essas ameaças. Mas organizar-se não significa ingressar em uma
instituição pré-existente e receber ordens. Não deve significar perder
sua agência e inteligência para se tornar uma peça em uma máquina. A organização da ação antifascista em torno de grupos de afinidade autô-
nomos passa a ser essencial.

Como o trabalho antifa é diferente de outras formas de organização
radical, e porque os próprios grupos antifa estão mudando, o coletivo
It’s Going Down escreveu algumas sugestões, baseadas em anos de ex-
periência. Nós do Coletivo Planètes tentamos atualizar algumas dessas
questões e trazer para a realidade brasileira de 2019.

Este zine abrange uma série de questões, incluindo: as vantagens,
desvantagens e obrigações de trabalhar sob a bandeira antifascista; ques-
tões envolvendo anonimato e visibilidade, tanto presencialmente quanto
online; autodefesa e armas de fogo; trabalhar com pessoas problemá-
ticas e lidar com infiltrados; repressão do estado; e exemplos de ações
anti-fascistas.

 

Download: Formando um grupo antifascista – Um manual [PDF]

Usando Tor no celular

1. Segurança digital

Um smartphone é um pequeno computador, construído não para segurança e privacidade, mas para conforto. Uma grande quantidade de informações importantes pode ser encontrada nesses aparelhos: registros de ligações, mensagens, e localização geográfica, que são compartilhados com as teles, e podem ser utilizados por agentes maliciosos ou pelo governo para acessar facilmente informações suas. No nosso Manual de Segurança Digital, falamos um pouco sobre alternativas de segurança envolvendo o uso do celular. Mas os smartphones são usados rotineiramente para navegação na internet, o que traz dificuldades por si só – desde a grande quantidade de trackers e outras formas de captar dados para o capitalismo de vigilância, até vigilância estatal e censura.

Como parte das iniciativas de prover ferramentas de autodefesa digital para ativistas, avançamos além do nosso manual – que é bem introdutório – para falar sobre alguns tópicos específicos. Aqui, vamos falar um pouco sobre navegação segura em celulares usando o Tor.

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[Zine] Grupos de afinidade: Blocos de montar para a organização anarquista

Grupos de afinidade: Blocos de montar para a organização anarquista

Após um longo tempo sem postar, compartilhamos com vocês o zine “Grupos de afinidade: Blocos de montar para a organização anarquista”, uma tradução do zine “How to form an affinity group”, do Coletivo de Ex-Trabalhadores CrimethInc. Compartilhamos aqui esse trabalho com vocês para que ele vá longe!

Grupos de afinidade: Blocos de montar para a organização anarquista

Fagulha #04: Resistências contra Trump e Bolsonaro

#FagulhaPodcastCrimethinc

Saudações anarquistas!

Como a experiência dos anarquistas americanos na resistência contra Trump pode contribuir para as nossas ações aqui no Brasil? Camarada Danse conversa com Brian D., do CrimethInc. Ex-Workers’ Collective, sobre o coletivo, as estratégias de enfrentamento contra o fascismo, e as saídas para além da democracia.

Fiquem atentos que vamos sortear uma cópia do livro “Da democracia à liberdade: A diferença entre governo e autodeterminação”, do CrimethInc. Ex-Workers’ Collective. As instruções estão no episódio, então fiquem atentos!

#Fagulha

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Ep. #03: Educação libertária em tempos de ódio

Saudações anarquistas!

O que é educação libertária? E como os anarquistas vêem os efeitos das ações do bolsonarismo contra a educação? Camarada Danse e Rei Plebe conversam com nossos convidados Felipe Trafa, do podcast “O Quadro Negro”, e Nilo, sobre as possibilidades da educação libertária na nossa conjuntura.

 

Link para o episódio: https://t.co/Xhvvgf9yGF

Arquivo para download: https://t.co/FOf3sH9PQi

Feed do podcast: https://t.co/wBdCKRz86H

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Músicas

La Quiete – Fiori Neri Per Ivan Illich

Crass – Do They Own Us A Living?

Eduardo – Aprendendo Com os Corpos Desfigurados

Höröyá – Griot Xamã Pajé

Libertinagem – Ato I

 

BG

La Plataforma – Guerra Civil

Zegota – Kosi Idina (So That Obstacles Are No More)

Microplatform – Milano Valencia Resistencia

 

Links

Quadro Negro Podcast ()

Fuck off Google

“Escolas nas miras das corporações da Internet”

Série de vídeos do prof. André Fonseca sobre Ivan Illich – Pt. 1: | Pt. 2: | Pt. 3: https://t.co/lOfPaOYdHD

 

Textos

Max Stirner: “O Falso Princípio da Nossa Educação

Marcio Goldman: “Formas do saber e modos do ser: Observaçõs sobre multiplicidade e ontologia no candomblé

 

Uma leitura anarquista da interseccionalidade

A palavra “interseccionalidade” têm sido utilizada com frequência em meios de Esquerda, muitas vezes sem reflexão apropriada em relação aos seus significados, e sem uma relação real com a prática diária de construção de emancipações. Atestando à incrível capacidade de Recuperação/cooptação do Capitalismo contemporâneo, o termo é amplamente utilizado em vertentes liberais do feminismo para fazer referência a uma suposta equivalência das opressões. Esse conceito é, muitas vezes, utilizado de maneira superficial e errônea – acompanhando o apagamento do protagonismo de mulheres negras e trans, e uma definição vazia de lugar de fala que é compreendida como “só eu posso falar disso”, ao invés de uma leitura materialista dos marcadores sociais da diferença. Essa discussões emergem em um momento em que a Esquerda – inclusive os anarquistas – parecem mergulhados em um debate sem fim sobre “economicismo” vs. “identitarismo”. O que propomos aqui é um retorno à história do anarquismo – e, principalmente, do anarcafeminismo -, bem como a incorporação de conceitos e estratégias produzidas pelo anarquismo decolonial, para buscarmos a ressignificação (desvio?) do conceito de interseccionalidade.

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